Os parasitas externos para além de serem um incómodo para os animais e também para as pessoas podem provocar doenças em alguns casos graves.
Felizmente as doenças provocadas por parasitas externos podem ser prevenidas. Consulte o seu médico veterinário para criar um Programa Completo de Protecção Antiparasitária que seja correcto para o seu animal de estimação.
Dermatite Alérgica pela Picada da Pulga (DAPP)
As picadas de pulgas que são muito activas têm como resultado para os cães e gatos e por vezes donos irritação, dor e prurido. Quando adicionalmente o animal é alérgico a algum dos componentes da saliva da pulga pode surgir a DAPP, cujos principais sintomas são:
Transmissão de vermes achatados (céstodos) Dipylidium caninum
As pulgas são o hospedeiro intermediário da ténia Dipylidium caninum, a mais comum em cães e gatos. Os cães ou os gatos ao lamberem-se ou ao mordiscarem o pêlo podem ingerir uma pulga infectada com a forma larvar (quisto) da ténia. Esta é libertada no intestino do cão/gato e evolui até à forma de adulto. Desta situação resulta a necessidade de tratar também os animais que têm pulgas, contra céstodos.
Este céstodo pode causar os seguintes problemas:
Para prevenir o aparecimento destes parasitas é importante proceder à aplicação regular de produtos eficazes e adequados, que eliminem as pulgas adultas (antes que possam pôr ovos), e de preferência que o façam por contacto, ou seja, que não seja necessário que as pulgas piquem os animais tratados para serem eliminadas (de modo a evitar as DAPP).
As infestações por pulgas podem surgir a qualquer momento, em particular dentro das habitações, já que as condições ambientais o favorecem (temperatura, humidade). É assim importante manter-se alerta ou preferencialmente adoptar um programa preventivo anual.
A reaplicação dos produtos nos intervalos aconselhados é fundamental para a obtenção de resultados satisfatórios.
Consulte sempre o seu Médico Veterinário.
Babesiose
É uma doença parasitária provocada por um protozoário microscópico, que afecta maioritariamente os cães, podendo provocar a morte.
Como diagnosticar a babesiose?
É provável que encontre o seu cão muito triste, provavelmente com a febre alta, abatido e a perder sangue pela urina.
À menor suspeita deverá consultar o seu Médico Veterinário.
Erliquiose
É uma doença parasitária provocada por um protozoário microscópico, que afecta maioritariamente os cães, podendo inclusive provocar a morte.
Como diagnosticar a erliquiose?
A única maneira de saber se o seu cão sofre de erliquiose é consultando um Médico Veterinário. Os sintomas mais frequentes são abatimento, vómito, febre, perda de apetite e também anemia.
Deve-se iniciar o tratamento ainda na fase inicial para evitar que alcance a fase crónica da doença.
Como se transmitem estas doenças?
Quando as carraças se alimentam através da sua picada, podem transmitir agentes patogénicos (ex.: protozoários) dos animais doentes aos animais sãos. Todas as fases evolutivas (larva, ninfa ou adulto) podem fazer essa transmissão.
É importante reduzir o nº de picadas de carraça, já que é através destas que há possibilidade de ocorrer a transmissão de doenças (regra geral é necessário que a carraças permaneça fixada cerca de 12 a 24 horas).
Apesar de existirem vacinas para doenças transmitidas por carraças, recomendamos a prevenção através do uso de produtos antiparasitários com efeito repelente e/ou acaricida (elimina as carraças) reconhecido e comprovado, e que simultaneamente sejam seguros para os animais e Homem. Deste modo, diminui-se o risco potencial de transmissão.
Na adopção de um esquema de prevenção/tratamento contra carraças, deverá ter em conta a altura de maior propensão de existência das mesmas (em Portugal regra geral decorre nos meses de Março a Setembro). Deve iniciar-se o esquema antes de começarem a surgir as primeiras carraças e até depois de desaparecem.
Consulte sempre o seu Médico Veterinário.
A leishmaniose é uma doença dos cães provocada por um parasita protozoário (leishmania), que invade diversos órgãos, causando lesões de diversa extensão/gravidade e que pode até provocar a morte.
O animal de companhia mais afectado é o cão.
Transmite-se de animal para animal através de insectos do género Phlebotomus.
Principais sintomas
Quais as zonas de maior risco (endémicas)?
Os flebótomos (insectos transmissores) necessitam de condições geográficas/climatéricas apropriadas para se multiplicarem. Essas condições podem-se encontrar em diversas regiões de Portugal e Espanha.
Como saber se um cão tem leishmaniose?
O seu Médico Veterinário é o profissional indicado para fazer o diagnóstico desta doença recorrendo a exames clínicos e laboratoriais.
O tratamento desta doença é complicado e pode não conduzir à “cura definitiva” (possibilidade de recidivas) pelo que se torna muito importante proceder o máximo possível à prevenção. Só assim será possível evitar sofrimento.
Sinais
É importante evitar que os flebótomos piquem os cães. Reduzindo ao mínimo o nº de picadas, diminui-se ao máximo o risco de contrair a doença.
A incidência das picadas dá-se em particular ao anoitecer, momento de maior actividade dos flebótomos e ocorre sobretudo nos meses de Primavera, Verão e Outono. Assim, se durante esse período recolher os seus cães (ex.: canil com rede mosquiteira apropriada, ou seja, malha muito fina) estará a diminuir a possibilidade de serem picados.
Apesar de existirem vacinas para esta doença recomendamos a prevenção através da aplicação nos cães de produtos antiparasitários com efeito repelente comprovado para flebótomos. Embora não se possa assegurar 100% de protecção, consegue-se reduzir o risco de contrair a doença. Para tal é fundamental seguir “à risca” as recomendações dos intervalos de aplicação.
Tenha atenção quando viajar com o seu cão. Se pretender deslocar-se para zona endémicas de leishmaniose deverá antecipadamente proteger os seus animais.
Consulte sempre o seu Médico Veterinário.
Um determinado tipo de mosquitos pode transmitir uma doença parasitária grave que pode afectar cães, gatos e animais exóticos como os furões. É provocada pelo verme redondo Dirofilaria immitis (microfilárias). Esta doença também é conhecida por doença do verme do coração, porque os vermes adultos alojam-se nesse órgão, onde se alimentam e reproduzem.
Que problemas podem as microfilárias causar aos animais?
Sarna sarcóptica
Nos cães, localiza-se nas zonas com menos pêlo: bordos das orelhas, cotovelos, região do abdómen, axilas e joelhos.
As manifestações começam por um prurido intenso que se traduz no acto de coçar contínuo (podem-se observar crostas).
Pode aparecer em qualquer idade e surge normalmente quando há quebras no sistema imunitário do cão (devido a infecções, mau estado geral do animal).
A demodecose pode ser generalizada (mais grave) ou localizada (menos grave).
A demodecose nota-se em particular nas extremidades e face (à volta dos olhos e boca). Nos cães é frequente estender-se a todo o corpo.
O ácaro otodectes tem dimensões superiores às dos outros ácaros e localiza-se nas orelhas dos cães e gatos.
É muito contagioso.
O ácaro alimenta-se de sangue, cera e de secreções resultantes da inflamação.
Produz prurido e irritação. O animal sacode a cabeça e coça as orelhas nos objectos que encontra.
Aos primeiros sintomas de sarna deve dirigir-se ao seu Médico Veterinário para ser feito o diagnóstico e tratamento adequado. O tipo e duração do tratamento, bem como os cuidados adicionais, variam em função do tipo de sarna, da resposta apresentada e do estado geral de saúde do animal.
Uma das medidas imprescindíveis que se deve ter em conta em qualquer tratamento de sarnas é a aplicação de antiparasitários de acção acaricida, que eliminem os ácaros de modo a favorecer a rápida regeneração da pele lesionada. Hoje em dia existem produtos de fácil aplicação que são eficazes e seguros.
Se o seu animal de companhia sofre de uma sarna é também aconselhável evitar o contacto directo com outros animais e com o Homem, de modo a evitar possíveis contágios.